sábado, 16 de agosto de 2014



DELÍRIO PARANÓIDE DE CIÚME

O ciúme é o vilão mais presente em inúmeras histórias de amor mal sucedido. A pessoa ciumenta se torna paranóica sofrendo, e fazendo sofrer, com as suas interpretações de uma realidade que não coincidem com a própria realidade. Invariavelmente essa pessoa danifica a qualidade de vida do casal e pode ser muito destrutiva, excessivamente controladora na vida amorosa, sentindo invariavelmente baixa autoestima pela extrema insegurança, ansiedade e raiva ou medo o tempo todo.

A semelhança da reação paranóide com “cismas” normais sempre atraiu a atenção da psicologia. Na realidade, não há como discriminá-las entre si de forma puramente descritiva. 

O ciúme delirante pode se revelar numa crença real, onde uma pessoa acredita que seu par esta sendo infiel assumindo atitudes das quais parece claramente não se responsabilizar como: seguir a pessoa, olhar sua carteira, bolsa ou celulares, cheirar a roupa buscando perfumes, procurar fios de cabelo nas roupas, etc, acreditando que vai descobrir um/uma amante e finalmente poder desmascarar. 

Tais comportamentos e acusações sempre infundadas podem conduzir o companheiro/a fiel à infidelidade pela tensão constante e sem motivo causada nele pela rotina delirante, que mina a lealdade ou confiabilidade existente. A diminuição de consideração e afeição ao parceiro acusador resultam em aversão e baixa de desejo sexual ao mesmo, pouco importando seus apelos sentimentais ou os vários pedidos de perdão pelas acusações infundadas.

As pesquisas indicam um caráter Biopsicosociocultural para esse distúrbio com evidencias de causas bioquímicas, criação Familiar extremamente rigorosa e cruel, por vezes, abandônica e o stress como desencadeadores. Enquanto um quadro clínico, predomina a angústia do abandono e a necessidade de segurança. Não corresponde necessariamente a um abandono sofrido na infância, mas a vivência de atitudes afetivas de pessoas significativas, sentidas como recusas. As características mencionadas são traços normais na maioria das pessoas, contudo em personalidades predisponentes rígidas e não adaptativas constituem o transtorno. 

O prognóstico terapêutico favorável deve ser visto com reservas, mas a terapia cognitiva pode ajudar no ciúme patológico, em terapias de longo prazo.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

AUTOESTIMA É TUDO, MESMO QUE VOCÊ NÃO TENHA NADA!!

Vou me referir a um certo tipo de pessoa, que pode pertencer a uma grande parte da população, e que costuma se sentir inferior quando tenta comparar-se social, econômica, cultural e esteticamente a outras pessoas ao seu redor, nos mais diversos tipos de convívios. Esse tipo de comparação começa a ser feito, por condicionamento, desde a infância e perdura por toda a vida nela.

Essa questão de sentir-se inferior é, pois, uma experiência humana universal, cujas raízes estão na infância, mas que vai diferir em cada um. Ou as experiências comparativas somente impulsionam uma pessoa a alcançar seus próprios objetivos externos ou um tipo de autoconsciência neurótica e inadequada a obrigará a desenvolver sentimentos de inferioridade e sentimentos de culpa mais generalizados, que nunca têm alívio e, por consequência, imobilizam e limitam desempenhos na sua vida amorosa, afetiva e social.

O que a pessoa pensa a respeito de si mesma define como ela vai se conduzir na vida, se cuidará sempre dela mesma, em primeiro plano, como sendo o ser mais importante que existe no seu mundo, com amor próprio, algo que ninguém pode te dar e nem te negar ou se cederá seus espaços, realizações e sentimentos ao “grande” outro, que é, numa visão empobrecida, uma pessoa mais poderosa, mais habilidosa, afortunada ou de qualquer outra forma mais desenvolvida.

A importância de uma avaliação subjetiva positiva é fundamental para ser uma pessoa feliz num mundo onde as pessoas competem. É impossível ser a pessoa mais bela, rica, inteligente e mais poderosa do mundo. Mas, quando construímos a nossa própria imagem a partir de nossas verdadeiras características, que nunca precisam ser perfeitas ou plenas em nada, acreditando nelas como sendo nossos próprios recursos, as capacidades e limitações reais de nós mesmos, independente do que o outro vai esperar, criticar, aprovar ou não, impor à nós, numa relação de investimento pessoal interno, de carinho e amor incondicionado a nós mesmos o crescimento e fortalecimento do ego é inevitável, pois autoestima nada mais é que a apreciação que uma pessoa faz de si mesma em relação à sua autoconfiança e seu auto-respeito, com uma forte noção de merecimento, pertença e competência e o outro não entra nunca nessa história.

Autoestima não é questão de ter, mas de ser. A noção de possuir, de “ter” as mais variadas possibilidades materiais e estéticas, nos dias de hoje, está muitíssimo arraigada nas pessoas. O “ser” está em baixa. Contudo, nossos invólucros vão envelhecer, se a morte não vier antes. E tudo que nos fazia “belos e ricos”, vai-se também. Outra proposta aqui é de uma valorização interna, o mais rápido possível, sempre com a preocupação de incremento de um bom conteúdo pessoal (valores, princípios, etc).

Lembre-se de que o que se é ninguém tira e, às vezes, mata de inveja. A construção do nosso mundo interior melhor depende de aprender a ouvir a própria voz interna, que vem do nosso coração, da nossa alma, que são nossas emoções ou vem de nossa mente, da nossa razão. E a pessoa que percebe e reflete suas emoções e racionalizações, muito implica numa construção de elevada autoestima, o que não lhe onera em nada, pois é de graça. E, nesse processo de crescimento, quanto mais a pessoa se ama e se valoriza mais ela conseguirá lidar com tudo aquilo que é diferente dela, criará mais opções flexíveis para lidar com perdas, frustrações, pressões e tantos outros problemas da vida.

Ninguém precisa esperar pelo melhor momento da sua vida para começar a incrementar sua autoestima, recomendo até que seja quando estiver numa fase "introspectiva". Se você se considera uma pessoa com baixa autoestima, só conte com você mesmo (o psicólogo só facilita o processo) para mudar isso, pois, repito, ninguém poderá te dar ou te negar que reconstrua sua autoestima, bastando para isso que, à partir da escolha desse momento, mude para uma visão positiva de todas as características boas de si mesmo, que são realmente suas e se dê esse direito independente dos outros que fizeram julgamentos extremistas sobre você, exigiram demais ou foram severos demais com você, no passado, colocando em você sentimentos de inadequação ou insegurança com relação a tudo.

Se aceite e vivencie sem negação aquilo de bom que existe dentro de você e mostre qualidades para todos e reflita com você mesmo suas características negativas, elaborando-as. Sinta que, hoje, mais amadurecido(a) você já esta livre do antigo condicionamento, pois o que é insuportável ou intolerável não dura para sempre. Ame-se de verdade e perceberá que as pessoas que vão se aproximar de você te amarão pelo que você é. Essa é a grande e melhor vantagem de se ter elevada autoestima. Busque-a!