terça-feira, 27 de janeiro de 2009

TRATANDO OS PROBLEMAS SEXUAIS...



A sexualidade humana tornou-se, tardia e inegavelmente, um assunto discutido, refletido e tratável. Do rompimento das barreiras do pudor acadêmico vitoriano até a psicofisiologia do casal pioneiro de pesquisadores William Masters e Virgínia Johnson é atualmente reconhecida, merecidamente, como especialidade médica ou psicológica através da sexologia. A sexualidade humana vem, então, lenta e obrigatoriamente, afirmando-se como um campo complexo ainda por ser ampliado, ao longo de quase 40 anos, em pesquisas no desenvolvimento do comportamento psicossexual humano, cujo foco de interesse é voltado para o diagnóstico e a metodologia de tratamento das disfunções e desvios da sexualidade.

O título dessa matéria não deveria ter sido colocado com o termo “problemas” sexuais, mas sim com o termo disfunções sexuais. Claro que houve uma intenção e essa foi a de buscar a atenção da maioria das pessoas que percebe nos bloqueios persistentes ou passageiros de suas sexualidades como terríveis e indisolúveis problemas, mas insisto que não os são. Tornam-se problemas sérios e crônicos, na maioria das vezes, quando as pessoas tentam buscar numa ajuda leiga ou tecnicamente desqualificada, em pozinhos energéticos ou em "pilulazinhas" desnecessárias ou mesmo contra-indicadas a saída mais rápida e garantida ou também quando o casal está em uma crise dinâmica e a comunicação, nossa arma mais eficiente, entre eles foi a primeira coisa perdida há tempos. Não há como os casais se submeterem, seja qual for a linha psicoterapeutica, a tratamentos escandalosamente duradouros ou muitas vezes onerosos e conseguirem ainda encontrar soluções satisfatórias ou estáveis de suas queixas, de seus relacionamentos conjugais, sexuais ou pessoais, já corroídos pelas frustrações e desesperanças, se não estiver preservados o amor e uma permanente comunicação entre eles.

Existem dois tipos de disfuncionais: os primários, que sempre tiveram alguma queixa desde as primeiras relações e os secundários, que apresentaram bloqueios depois de um histórico sexual satisfatório. Podem ser tanto homens como mulheres que têm uma parceria fixa e os que não têm. No momento, vamos nos ater aos que preferiram buscar por uma parceria fixa.

Quando se recebe um casal para tratamento de uma disfunção sexual, dele ou dela, a pergunta mais importante, se não for a mais importante da anamnese, deve ser: ainda existe amor entre vocês? (vide postagem: A LUTA DIÁRIA DO AMOR VERDADEIRO). Esse nobre sentimento, se preservado, realmente pode fazer uma simples disfunção, dele ou dela ou conjunta, ser facilmente resolvida pela terapia sexual. Sem ele, qualquer disfunção sexual pode realmente se tornar um problema, como por exemplo, quando essa disfunção é mencionada repetidas vezes, fora da cama, como uma forma de depreciar, afastar ou punir o queixoso e com a intenção de desqualificar e diminuir o outro na relação, como parceiro e como pessoa.As disfunções sexuais mais comuns são, para a mulher, falta de desejo sexual, falta de lubrificação e dificuldades na obtenção de orgasmos. Para o homem, o hipercontrole ejaculatório ou a ejaculação precoce, distúrbios da ereção e também a falta de desejo sexual. Passo a citar alguns aspectos do comportamento sexual inadequado que, inegavelmente, são determinantes e mantém as disfunções.

Através dos tabus, das crenças sexuais e de uma insistente e repressora desinformação sexual originam-se muitas queixas. A regra básica é a repressão sexual como controladora e transformadora. Outras expressões de comportamento, ou seja, o livre posicionamento da escolha subjetiva é a exceção desta regra que choca-se com o que é institucionalmente passado por gerações, implicando em perene fonte de conflitos pela ambigüidade e hipocrisia que o “bom” impessoal e grupal pode representar.

Dentre as perspectivas possíveis que abrangem as disfunções sexuais é apropriado que pensemos que o comportamento sexual inadequado de muitos casais como sendo o resultado de uma série de respostas emocionais condicionadas ao longo da vida juntos. Desavenças verbais e físicas, lutas de poder, hostilidade e raiva dos parceiros, agressividade, ciúmes, etc são circunstâncias que podem ser vistas como estímulos incondicionados que provavelmente eliciarão dor, medo, ansiedade e raiva como respostas condicionadas. No início das parcerias, dos contados afetivo-sexuais, cada um dos parceiros funciona para o outro como um estímulo neutro por não evocarem essas respostas, com o tempo, após os fatores diádicos ou relacionais mencionados terem frequentemente ocorrido, também ocorre o condicionamento e, por exemplo, por associação a visão do rosto, o toque, o som da voz ou mesmo o perfume dos envolvidos pela interação negativa tendem a determinar as respostas condicionadas negativas.

Outro exemplo da dimensão comportamental que possibilita verificar os condicionamentos são as repetições do quê as pessoas fazem, o por quê fazem ou deixam de fazer algo. Tarefa difícil se pensarmos as variedades de valores e experiências de vida encontrados. Como vimos é inquestionável a inibição sexual condicionada por alguns quadros emocionais desgastantes, na dinâmica intensa dos casais, que também provocam no organismo o desencadeamento de respostas vasocongestivas e miotônicas inibidas, que passam a bloquear ereções e provocar alterações negativas nas respostas autônomas responsáveis pela lubrificação feminina.

A dimensão clínica deve sempre ser pesquisada paralelamente ao trabalho psicoterapeutico, pois propõe sempre enfrentar os obstáculos orgânicos que podem diminuir ou impossibilitar o prazer e/ou a espontaneidade de nossas atividades sexuais, tais como: problemas físicos, endócrinos, lesões, uso de drogas, questões psiquiátricas e outros.

No tratamento das disfunções sexuais, o terapeuta deve prescrever, para o ataque inicial da queixa, as tarefas sexuais, que são um importante componente na tentativa de recrudescimento da sintomatologia. Esses exercícios quase sempre são eficientes para modificarem a resposta inadequada. Contudo, esses também podem expor indiretamente os pacientes, devido a dinâmica interativa que proporcionam, ao que consideramos e chamamos de problemas mais profundos e mantenedores de suas queixas: afloramento de fantasias negativas quanto ao tratamento, reminiscências traumáticas dos efeitos da aprendizagem (experiências sexuais traumáticas), perturbações da personalidade, conflitos inconscientes, fobias, etc. Neste momento, o terapeuta deve ser capaz de lidar com essas variáveis ("ouvindo o momento") e, parando a terapia sexual, trabalhar com as cognições e as emoções dos pacientes no intuito de focalizar a intervenção terapêutica nessas duas modalidades do comportamento que são potencialmente compreensíveis, modificáveis e adaptáveis.

Fugindo muito dos “fazeres alternativos psicoterapeuticos”, a formação do terapeuta sexual exige um trabalho com o qual ele adquira um saber, que esteja técnica e cientificamente orientado e habilitado para exercê-lo e transmiti-lo no tratamento das queixas da esfera sexual. Esse saber, contido nas palavras, essa ação colocada em questão é o próprio terapeuta que tem de seguir um conjunto de regras de unidade, normas e conhecimentos sistematizados consagrados pelo empirismo científico. Observa-se também no processo de terapia sexual que os “desaparecimentos” dos sintomas sexuais, em muitos casos são fictícios, e que o sintoma precocemente desaparecido (problema sexual manifesto) pode estar alojando-se em outro lugar ou transfigurando-se.


Quando intervirmos diretamente na eliminação de obstáculos imediatos específicos de um dos elementos do casal ou de ambos, sem evidências de comprometimentos intrapsíquicos profundos ou de personalidades acentuadamente neuróticas em relações conjugais altamente destrutivas ou competitivas, nota-se que a terapia, no que diz respeito aos exercícios terapêuticos propostos, possibilita novamente o desenvolver livre e ajustado da sexualidade. Contudo, quando materiais psicodinâmicos negativamente abundantes são evocados nas experiências com os exercícios ou nas sessões psicoterapeuticas de apoio evidenciando a não modificação da posição subjetiva frente ao sintoma sexual e às dificuldades conflitantes subjacentes, o curso do tratamento tem de ser modificado.

Concluo, ressaltando, que a sexologia deve ser encarada como uma ciência trans-sintomática, pois ela utiliza-se do sintoma para trabalhar o desencadear subentendido nele, o sintoma aponta a direção do que não funciona no conjunto. Por isso não se recolhe, nem se restringe às causas psicológicas remotas relacionadas ao conjunto. Trabalha-se através do sintoma, não somente no sintoma. Essa ciência foge ao preconcebido do “psicologismo”, reconhecendo a doença orgânica, a reação psicossomática, as dificuldades intrapsíquicas e interpessoais.

A LUTA DIÁRIA DO AMOR VERDADEIRO.



Quando as pessoas conscientemente não se gostam, pronto. Resolvido facilmente! Não houve identidade, não aconteceu nenhuma paixão e as pessoas só estavam ali, tentando. Mas muitos casais que se amam viciam em terem entre si embates intermináveis em competições diárias para estabelecerem, cada uma a sua maneira, um tipo de controle, um poder sobre o outro e, principalmente, uma defesa pessoal contra o eterno fantasma do medo da entrega.


Os embates começam sempre de detalhes ínfimos ou das várias e velhas feridas abertas do passado, sempre usadas como uma espécie de lei que foi transgredida e que requer sempre ser exigida. Vendo essas pessoas se digladiarem, se acusarem e se destruírem todos os santos dias, das maneiras mais desarrazoadas possíveis, pensamos: como esses dois se odeiam!!! Mas, existem circunstâncias que não são percebidas a olhos nus. E se esse casal, tão somente, AINDA se ama? E se existe algo, muito verdadeiro e escondido, que os prende um ao outro, a cada dia, e que também os faz renascerem das cinzas do que sobrou do início da relação, que, hoje, está neurótica, doente? É, devemos nos lembrar que as pessoas escolhem por estarem presas umas as outras por uma necessidade de serem felizes... e essa necessidade não nos deixa mentir para nós mesmos e será sempre pela escolha de alguém que traga a felicidade tão desejada!


Existem outros obstáculos que são para todos e que o amor também tem de superar como a luta diária pela sobrevivência, a rotina, as contas a pagar e a falta de sonhos. Mas existe um tipo de pessoa que prefere tentar voltar à atenção somente para as suas próprias questões nessas crises e que vai tentar persistentemente eliminar a presença do parceiro ou parceira que, covarde, mas altruisticamente, não deve ou não pode mais significar uma opção, pois aquela pessoa se imagina melhor se sozinha novamente. Sem o outro por perto, que passou de mocinho a bandido, e que foi poupado de assistir, nessas situações corriqueiras, o "enfraquecimento" do mais fraco da relação, que prefere, tão somente, deixar-se ir.


O motivo mais evidente que percebo nos relacionamentos que vão vivendo de suspiros até morrerem ou se suicidarem é esse: uma das partes desiste e insiste em frustrar a pessoa amada, punindo-a como se ela concentrasse um foco de energia negativa, um epicentro que atrai as coisas ruins que surgem na relação e essa outra se torna um buraco-negro da relação.


Contudo, nas relações amorosas verdadeiras as quais não perdem o bem mais precioso para existirem, que é a confiança incontestável, mas inconsciente em ambas as partes, mesmo que temidas, de que sejam a possibilidade, a opção maior de felicidade mútua, ainda têm o amor a uni-las. Pode ser uma questão de tempo para que esse amor, que se escondeu para se proteger e apenas não quis fazer parte de tanta baixaria, se mantendo lindo e puro, se mostre e cale a boca dos dois contendores.

Fugindo e falando mais que namorando, as pessoas que brigam tanto, se ainda não perderam essa confiança, sabem que ainda muito se amam. Não há nenhuma lógica nisso e nem poderia haver, pois amor é antes de tudo um milagre! As pessoas são tão únicas nos seus universos subjetivos, nos seus conflitos e nos seus desejos, isso nunca ajudará o amor.

Então, quando o milagre do amor acontece, ele inspira e não afasta os apaixonados desiludidos nas relações mais desgastadas e adoecidas que preferem persistir no tempo, como numa penitência que deve ser paga. É só, para muitos desses amores escondidos, uma questão de tempo para que os teimosos, desistam. Para que os mais belos atos façam ceder a todas as certezas dos que precisam e gostam apenas de sempre terem razão, que os cegos e obsessivos rituais de evitação do amor chorem o tempo perdido e que, milagrosa e triunfantemente, os sentimentos mais intensos e verdadeiros fluam sem as amarras do medo da entrega.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009





VOCÊ SABE DIZER NÃO?


Asserção significa afirmação, proposição, asseveração. Assim, ser assertivo é se conduzir afirmativamente nos diferentes momentos da sua existência, em uma integração pessoal muito harmoniosa de auto controle pessoal e contato com a razão e o discernimento próprios.


O comportamento assertivo torna a pessoa capaz de agir em seus próprios interesses, desejos e verdades, a se afirmar sem ansiedade indevida, a expressar sentimentos sinceros sem constrangimentos, a exercitar suas prerrogativas sem negar as alheias e entendendo os desejos e necessidades do outro, que são do outro. A dificuldade de dizer não ao desejo alheio, vem de temores pessoais de ser rejeitado, abandonado, de não ser amado ou respeitado.


Não são comportamentos assertivos reagir a uma situação de modo tímido e passivo, tendo consciência clara da própria omissão pessoal, não dizendo nada para defender seus direitos, não tomando nenhuma atitude em relação a um determinado problema e, tão pouco, reagir gritando, insultando ou mesmo agredindo fisicamente. A assertividade se exprime quando o indivíduo, sem agressão ou passividade, preserva seus direitos, enfrenta, questiona e incomoda se preciso for, procurando atingir seus objetivos sem desvalorizar nem ferir ao outro.


Muita gente confunde asserção com agressão, valorizando-se às custas dos outros, depreciando, ferindo e intimidando, assumindo a postura de dono da verdade e buscando somente auto-afirmação, para atingir seus objetivos. Todo comportamento não assertivo, passivo ou agressivo, vem acompanhado de sofrimento psíquico e tensão corporal, inclusive quando gerado no terreno da sexualidade. Contudo, todos os compartimentos humanos profissionais, afetivos, sociais e, principalmente, familiares envolvem dinâmicas com o outro e serão sempre testados por esse outro. A maioria das pessoas invasivas sempre tenta descobrir onde as pessoas, pouco assertivas e incapazes de dizer a palavra mágica NÃO, irão ser vulneráveis e submissas as suas invasões.


Assim, por exemplo, casais que não conseguem ter um relacionamento adequadamente assertivo sofrem pela ansiedade que vai gerando e, não raro, desenvolvem reações depressivas e ansiogênicas, somatizações e bloqueios sexuais frequentes.


As pessoas não assertivas geralmente “descobrem” o comportamento apropriado depois que a oportunidade passou. Os agressivos, por não saberem controlar suas emoções, tendem a se desculpar com frequência por suas ações e palavras inadequadas e os passivos ficam a remoer o ocorrido, imaginando o que deveriam ter dito ou feito.


Um exemplo simples de assertividade é o caso, frequente, do fura-fila nos bancos: quando isto acontece, o não assertivo briga, xinga e ofende causando um tumulto, ou se omite e, no máximo, resmunga alguma coisa. Já o assertivo se dirige ao espertinho e diz, educada, mas firmemente: acho que o senhor se enganou, o início da fila é lá traz. Pergunte ao segurança. Outro exemplo, muito comum, é quando alguém te pede algo que você não deseja fazer... Diga a essa pessoa:
- Fulano, eu não correspondo com o que você espera de mim, por isso eu digo não a seu desejo, o quê não significa que estou dizendo não a sua pessoa.


É improvável que um indivíduo seja assertivo em todas as ocasiões e papeis sociais que desempenha. Mas ele sempre saberá que mentiu para si mesmo, que foi omisso. Entretanto é importante treinar, treinar e treinar o comportamento assertivo (afirmativo, adequado) de forma a, na maior parte do tempo, nos utilizarmos dele eficientemente. Lembre-se de que a vida é vivida dia-a-dia formando um todo. Você ainda pode escolher como serão o resto dos seus dias... escolha por você! A pessoa mais importante de sua vida!!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

DIGA EU TE AMO... SEM PENSAR O SEU AMOR!



A preocupação sincera pelo bem-estar do outro é o sentimento que mais nos distingue dos outros animais. Nós superamos, em complexidade e profundidade, meras e instintivas reações de nutrição ou proteção para com os nossos afetos. Sobre o amor, os psicanalistas, filósofos, neurologistas e poetas sempre buscarão, em vão, compreendê-lo, explicá-lo, localizá-lo e descrevê-lo em seus componentes.


Mas por que essa remota e improdutiva procura de racionalizar tão belo e poderoso afeto? Nós que somos leigos também tentamos na relação que une a causa ao seu efeito, entendê-lo e confundimo-lo, o tempo todo, com outras necessidades que temos como, principalmente, com a necessidade de sexo, proximidade, proteção, controle e dominação em relação às outras pessoas, chamando-as de amor.


O sentimento de incompreensão idolatrada diante dessa força infinita que rege a humanidade, e porque não dizer o mundo, sempre causou e causa a cada um de nós, a sua maneira, muita angústia, insegurança e sofrimento. Infelizmente, não nos foi dada a clareza divina para entender o amor nas suas variadas manifestações. E não fomos criados para convivermos com coisas as quais não entendamos seu completo funcionamento ou suas causas ou como elas nos devem servir.


Você está amando alguém? Essa pergunta basta para que muitos se perguntem embaraçados por tal condição. O amor, lamentavelmente, para a maioria das pessoas, é interpretado ao se experimentar por alguém, sem entender o por quê, controle, posse e ciúme. Já outros passam a vida duvidando dele ou de já terem amado alguém um dia pelo simples fato de não poderem relacionar coerentemente suas sensações e sentimentos vividos a algo devida e totalmente padronizado num conceito definido. Por ser fundamentado em várias intensidades, objetos, motivos, faltas e desejos torna-se difícil conceituá-lo e afirmá-lo como uno. Sugerem alguns que amar é comprazer-se pela simples existência da pessoa amada, regozijar-se pela sua presença, sua graça, pelo seu crescimento pessoal. É temer pela privação dessa pessoa, temer a sua ausência.


Mas a pergunta, pela incapacidade do homem de se definir afetivamente, permanece: o que é viver o perfeito e único amor? É sempre difícil explicar uma sensação, como subjetivamente sabemos. O amor é uma sensação singular percebida ao se viver a experiência de entrega benigna e despretensiosa ao outro. Sim, só pode ser uma entrega tolerante e passiva! Apostando, como um jogador, tudo no outro, pois nesse jogo nem sempre perder é perder. Ao amar ou ao gostar de gostar, a pessoa dá um salto para sua própria evolução e engrandecimento, pois essa disposição, que dispensa retribuições para existir, é uma sublimação muitas vezes maior que o amor doado. Nada que tentemos como defesa contra o amor nos ensinará ou nos fará experimentar algo dele. Amor é sensação. Pensar e querer compreender o que se está querendo, à princípio, sentir é a atitude mais controladora e anestesiante perante ele e suas sensações.

Sendo belo, prazeroso, puro ou não lembremos que, não obstante, as expectativas de frustração, dor e não compartilhamento são as maiores racionalizações durante a vivência do amor. Ao o idealizarmos pela incerteza do que deva ser, nossa expectativa amorosa recai em idéias e fantasias românticas por demais idílicas e, como nos são impossíveis vivências amorosas como a de Romeu e Julieta, que é uma obra de ficção, achamos que nunca amamos “de verdade” ou que essa doce aventura está somente destinada aos outros, que são nobres e felizardos. Dúvida nos sentimentos, desvalorização da relação amorosa ou da pessoa amada e acomodação à solidão por achar que o grande amor não existe são os descaminhos mais seguidos.


Felizmente, a capacidade para o amor, modesta ou escandalosamente, existe na pessoa normal. O seu grau não a torna menos verdadeira. Contudo, não pode ser perfeita, como nas ficções, pelo simples fato de ser uma reação psicológica inerente ao ser humano e esse não realiza trocas afetivas de inigualável qualidade em nenhum compartimento. Entretanto, na retórica eloqüente dos mais intelectualizados ou manifesto dramaticamente nos mais primitivos, o amor sempre tenta a sua expressão.


Para os que optam por estarem juntos, ele acontece lenta e silenciosamente, na introspecção pelo crescimento pessoal: na vontade de compartilhamento, no respeito e orgulho pelo outro, na paciência e humildade para com o outro. O auto-reconhecimento e amadurecimento para quem se dedica à experiência de estar em relação amorosa com o outro é a sua dádiva. Se no seu início o amor ultrapassa os vários momentos egoístas dos seus protagonistas: brigas, competições e os temores da entrega que um causa no outro, ele irá sobreviver em vida ou em pensamento.

Quanto a ser único, isso seria também da ordem do impossível se o pensarmos como algo estático. Achamos que amamos mais uma única pessoa ou já tivemos de amar várias de muitas formas e intensidades, pois o nosso sentir se transforma, como nós, com o tempo e com a verdade que acreditávamos viver no momento. Mas, um amor se torna claramente superior a todos os demais quando gera segurança e vontade mútua em duas pessoas de construírem, dia-a-dia, tijolo por tijolo, uma fundação sólida e uma moradia feita de um mesmo e básico desejo que as unam e abriguem no final. Pelo desejo que sabemos que temos dentro de nós de amar e sermos amados, o mais lógico a se pensar sobre o amor é que talvez a nossa “última opção amorosa” torne-se mais real, original e, já com a bagagem das experiências, verdadeiramente a primeira.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

DEPRESSÃO É...



A palavra depressão vem do latim depressio, que significa abaixamento. É um transtorno mental caracterizado pelo rebaixamento do humor, redução da energia, queixas hipocondríacas e diminuição das atividades. Existe uma alteração da capacidade de experimentar o prazer, perda de interesse, choro fácil, pensamentos autodepreciativos, idéias suicidas e diminuição da capacidade de concentração associada, em geral, a fadiga acentuada mesmo após esforço mínimo. Mas esse quadro não deve ser confundido com tristeza ou melancolia, estados normais que eventualmente acometem em todos nós.


Aparecem também outros problemas. Existe quase sempre decréscimo da auto-estima, da autoconfiança, do sono e apetite e a pessoa é acometida de um sentimento de culpabilidade. O humor depressivo varia, de dia para dia ou segundo as circunstâncias e pode ser acompanhado de surtos ditos “neuróticos”, como por exemplo, perda acentuada de interesse ou prazer, despertar matinal precoce, várias horas antes do horário habitual, lentidão psicomotora, irritabilidade, agitação, perda de peso e diminuição da libido. A presença e a gravidade dos sintomas permitem determinar os graus de depressão.



A leve caracteriza-se pela presença de dois ou três dos sintomas citados, mas o queixoso consegue, com esforço, manter suas atividades profissionais e sociais; a moderada apresenta quatro ou mais dos sintomas citados e já compromete, em algum grau, as atividades profissionais, sociais e familiares do indivíduo, incluindo também o desinteresse pela atividade sexual. Na grave, a qual os sintomas são vivenciados de forma muito acentuada e angustiante, o deprimido se vê quase sempre a quem da vida e essa é um fardo pesado. O deprimido se sente inútil para merecê-la e geralmente desiste de participar de todos os compartimentos normais da vida que todos nós temos.



O tratamento das depressões pode ser essencialmente medicamentoso e cuja duração dependerá de fatores particulares que as individualizam e, em função do melhor dos prognósticos, também deve ser, de forma complementar, psicoterapeutico. Na depressão reativa, as causas da depressão devem ser buscadas e discutidas com o paciente visando o seu autoconhecimento e a sua compreensão. Geralmente essas causas envolvem perdas significativas, mudanças bruscas de situações estruturadas, de um colapso emocional, de conflitos no aspecto profissional, social, familiar ou dos estágios da vida e no stress prolongado que vão persistir enquanto atuarem as circunstâncias desfavoráveis.



A diferença entre as depressões endógenas e as reativas, em alguns casos, são de difícil distinção sendo mais qualitativas que quantitativas. Nas causas endógenas, é fundamental o apoio de drogas antidepressivas concomitante à abordagem psicoterapeutica para um trabalho de reforço de ego e de treino assertivo que, apesar das resistências comuns dessas personalidades, aumentam as defesas dos pacientes para o enfrentamento das angústias normais inerentes aos seres humanos ou das provenientes da disfunção bioquímica. Mas, a maioria dos sintomas pode ser, com o tratamento adequado, enfrentados pelos medicamentos antidepressivos e pelo aumento da capacidade cognitivo-afetiva do paciente que vão munindo-lhe com defesas mais estruturadas diante da vida e de sua existência.

VC É UMA PESSOA MUITO ANSIOSA?



A ansiedade se manifesta naturalmente nos níveis cognitivo, afetivo e somático em todos nós. A ansiedade patológica, a que gera distúrbios nas pessoas, é aquela que se manifesta como uma necessidade psicológica persistente de preencher uma “falta” interna. Essa falta, em algumas pessoas, é uma necessidade inconsciente de controlar mental e antecipadamente a vida, a si próprios, a todos e a tudo fora dessas pessoas. A ansiedade, nesse sentido, manifesta-se sempre num grau elevado por uma necessidade inconsciente de controle total que impede as pessoas, com essa característica, de serem mais sensíveis, espontâneas e criativas.


A pessoa ansiosa tenta mentalmente antecipar, em pensamento, comportamentos e idéias para controlar situações novas, pessoas ou o desconhecido a volta dela, enfim, tudo que está fora dela própria numa tentativa de atingir à perfeição em tudo e não errar nunca nos seus atos ou palavras. Essa é a resposta inconsciente, mas pouco eficiente, às cobranças e às críticas exageradas feitas por pessoas significativas, no seu passado. Essa pessoa, então, passou por um aprendizado cultural, na sua infância e adolescência, que lhe impôs o medo de errar. E depois, responde pela vida afora, por condicionamento, de forma “autônoma” às exigências rígidas de um padrão interno de comportamento pessoal que se mantém através de pensamentos e atitudes voltados para o acerto, a perfeição e para uma rotina funcional de vida.


Mas a perfeição é uma meta humanamente inatingível, pois nada associado ao ser humano é perfeito. O homem foi concebido por Deus, também para errar. O erro, então, é inerente a existência do homem, lhe foi dado e sempre fará parte de sua caminhada, a qual, diariamente, confirma que todos nós erramos!


A compreensão de que familiares ou pessoas significativas que exigiram ou exigem intransigentemente os acertos, da parte de quem, hoje, sente culpa por não conseguir obter 100% desses acertos em tudo que faz e o tempo todo, também erraram ou erram, é vital. Ser criado sob críticas e/ou cobranças faz desenvolver a conduta perfeccionista e controladora nos indivíduos mais suscetível que a adotam, como “tentativa” de fugir de reprovações externas e, principalmente, das auto-reprovações associadas aos erros. A pessoa muito ansiosa também lida com sentimentos pessoais de inferioridade e inadequação que a impede de admirar a si própria e as outras pessoas, assim como realmente são: seres humanos belos, mas falhos e com muitos limites.


Associado ao medo de errar nos relacionamentos pessoais, sexuais, profissionais, sociais e familiares está o receio de ser questionado, avaliado, enfrentado e pior, rejeitado! Daí a pessoa com esse perfil de personalidade usar de comportamentos voltados para o autoritarismo e o domínio de tudo e de todos nessas situações. Como a dinâmica pessoal do ansioso lhe é, geralmente, inconsciente, a sensação de frustração e imperfeição na ausência das impossíveis respostas perfeitas, as quais vão se evidenciando inatingíveis ao longo da sua vida, retro-alimentam o ciclo da resposta ansiosa: falhas – ansiedade – e mais falhas – e mais ansiedade. Esse comportamento inconsciente é quase sempre passado para os filhos pelas cobranças intermináveis que forjam, ao longo do tempo, um superego muito rígido nos filhos também.


O ansioso para não cometer erros e fugir a qualquer tipo de repreensão tenta viver o que ainda não ocorreu, ou seja, tenta moldar na imaginação as respostas, os comportamentos e as atitudes mais corretas e idealizadamente corretas para tudo, perdendo a sua espontaneidade e criatividade, ensaiando e imaginando o tempo todo, vivendo uma vida de antecipações e temendo as mudanças, as experiências novas... o desconhecido.


Todos temos um pouco de ansiedade no nosso comportamento, o que destoa é a necessidade de algumas pessoas insistirem, ao longo de toda a sua vida, de tentarem mecanismos de defesa onipotentes, mas efetivamente nunca operantes como forma de barrar esse temor, que vem da expectativa negativa interna, de que possam tornarem-se vulneráveis, incapazes ou imperfeitos, aos olhos das pessoas, se cometerem erros.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O CARNAVAL CHEGANDO...



O Carnaval está chegando e o momento é de descontração. Por alguns dias, as obrigações sociais serão esquecidas e “brincar”, como se dizia antigamente, é o que vai interessar aos foliões. Cada pessoa tem seu modo de brincar, condicionado por seus usos e costumes, que nem nessa ocasião são esquecidos. Habitando uma sociedade contraditória, o brasileiro vai para o Carnaval também com Deus, não só com o diabo.


Para grande parte das pessoas, pesa ainda nossa cultura judaico-cristã. Com o tempo, ela se confundiu com outras vertentes e, hoje, temos um sincretismo. Não há religião pura. A repressão se esvai e vão se infiltrando novos hábitos, em práticas sexuais anticonvencionais, como os clubes de swingers (troca de casais) muito na moda e nem tanto “naturais” como se fazem crer, pois a sexualidade é vivenciada antes como hábito de consumo do que como filosofia de vida.



As atitudes sexuais de cada época são ditadas pelo prazer, nada mudou. O indivíduo agora é prático e vale tudo, mantendo certos limites. Mas não vale, por exemplo, fazer todo o sexo do mundo sem proteção, embora o seja feito. Não vale consumir ecstasy, ácidos e muito álcool em boates ou lugares públicos, dirigir embriagado, mas essas coisas também são feitas. A sociedade coíbe essas transgressões, mas valem os novos costumes, como os casais se permitirem pequenas traições, no Carnaval e em qualquer tempo. Mas o Carnaval não muda nada na vida, a vida é que muda.

ENTÃO, ATÉ QUE ENFIM É CARNAVAL!!!!!

No Brasil, ao contrário do que acontece nos outros países, o Carnaval tornou-se um acontecimento de proporções gigantescas, envolvendo muito dinheiro e de grande importância no calendário internacional. Fugiu bastante daquela manifestação do delírio coletivo, do desabafo erótico popular e do humor ingênuo das multidões que saiam às ruas para cantar ou gritar as suas dores e alegrias, para atender a outros megainteresses como os econômicos e de consumo os quais se utilizando dos meios de comunicação, passam a usar descaradamente o sexo como engodo. Juntando-se a isso o álcool e as drogas para um vale tudo sexual. Mas por que essa liberalização outorgada dá tão certo?



As instituições se não adotaram o Carnaval, toleram-no com certa benevolência e já esperam, todos os anos, pelas curiosidades, extravagâncias e escândalos. A função delas é inegavelmente ditar uma cultura repressiva que investe na culpa e sobrevive sob o manto pseudoliberal, relaxando no Carnaval o seu enfoque restritivo mais abrangente que é sobre a sexualidade. Nos dias de hoje, a sexualidade adquire a importância dos grandes temas políticos ou existenciais. Ela estende ao próprio corpo a busca por liberdade e justiça. A tentativa de se padronizar formas saudáveis de se viver à sexualidade é a continuação da interferência na vida privada pelos mecanismos de repressão que regem a nossa vida social. Há grandes interesses em que os “corpos” fiquem fechados ao prazer sexual.



Toda repressão psicológica estabelecida serve frequentemente para atender a motivos políticos. Lembremos Orwell que, no seu livro “1984”, fez uma leitura muito talentosa sobre os interesses do Estado. Naquele, esses são no sentido de que seus cidadãos internalizassem a repressão, como forma de esmagamento de suas condições humanas, decorrendo daí passividade e conformismo que não colocassem em risco o estabelecido. No livro, o fascismo e a sua rigidez têm seus alicerces também fundamentados na extrema repressão sexual.



O Carnaval, assim como o é permitido anualmente, pode ser visto simbolicamente como uma batalha coletivizada (in)consciente, manifestada numa folia sexualizada que expande, em três dias, a luta contra o autoritarismo e as formas de controle sociais. Essa batalha revolucionária, sutil, sem violência e não tão visível, manifestada através do erotismo torna-se, então, uma forma de transgressão dos interditos, um contra-controle anual indispensável para uma vida melhor. Sabemos que a sexualidade é uma energia violenta e mobilizadora e, uma vez que todos a têm como realização pessoal intrínseca ou como, por vezes, um problema a tratar, vivê-la na forma em que se apresentar é abrir um sinal verde para a vida e caminhar para a utilização de todas as capacidades que estamos dotados por nossa condição humana para tal.



Sartre considerou a própria sexualidade como sendo uma estrutura fundamental da existência, por ser essa sinônimo de vida. Portanto, é vital, natural e espontânea no ser humano. Todas as especulações, todos os arranjos hábeis da censura institucional visando impedi-la ou contê-la constantemente, para a submissão e como forma de energia canalizada para o trabalho, para ordem e o progresso, são insustentáveis nas suas formas e nos seus conteúdos. Por isso, curiosamente, acontece o Carnaval.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

BREVEZINHA...


Fechando as gestalts.


Sim, passamos tanto e tanto tempo de nossas vidas procurando a felicidade! Mas, é muito importante largar do medo de não se estar a altura de nossos maravilhosos sonhos, os que podem se tornar realidade de fato, para se poder encontrar e identificar o que é importante mesmo em nossas vidas. Senão, muitos sonhos se tornam repetitivos pesadelos dos quais não conseguimos nos livrar, se continuamos a sonhá-los!

Então, cada dia de nossas vidas se torna um grande investimento no sentido de realizar sonhos. Mas, o que desejar nos sonhos? E o quanto realmente precisamos daquilo que acreditamos desejar? Para todas as pessoas, no ideal dos egos, a felicidade tem medida certa, objeto e momento certos e uma sensação de pleno atendimento futuro.

Busca que gostaríamos tanto que acabasse um dia. Um bem material, uma carreira de sucesso e, lógico, um grande sonho de amor eterno pra viver. Corremos atrás daquilo que julgamos ser imperioso, ser essencial e romanticamente está sempre, de nós, muito distante e inalcançável, enfim!

Mas, como seria toda a verdade de nossos melhores sonhos, dos que acreditamos tão impossíveis de acontecerem, por vezes... se os pudéssemos viver? Se conseguíssemos tê-los mesmo que por breve momento, será que mudaríamos de rumo e buscaríamos preferencialmente, agora na realidade, novos sonhos, por que os momentaneamente vividos se tornaram insuportavelmente muito reais e bem diferentes daquilo que desejamos e então, só gostaríamos de voltar a fechar os olhos para mantê-los lindos sonhos? Perguntas que se tornam as nossas maiores dúvidas, nosso maior entrave para a tal felicidade! Mas alguém disse uma vez: “Na vida e no amor não há como se ter garantias”. Temos de tentar viver os nossos sonhos até o fim... ai, acordar ou não!

Tantas coisas que queremos e que são tão lindas, enquanto são meramente sonhos. Nossa natureza é da falta, nossa pior mazela. E, a contra-senso, sentir essa falta é que nos move, nos faz tentar viver os sonhos, criá-los, recriá-los e correr o risco de voltar a desejar novamente se os vivêssemos e não ficássemos felizes ainda... na desilusão e na desesperança que acontece, por vezes, com esses nossos sonhos. Tudo pode se revelar muito diferente vivendo dentro dos sonhos tão desejados, realidade tão cruel que faz dos sonhos doces ou amargas ilusões. Pois é... viver é muito isso! Sonhemos para que não seja tão somente isso!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

AINDA SE MATA POR AMOR??!!



Parece uma contradição, mas ainda se mata por amor, em nome dele. Apesar do desenvolvimento da sociedade, domando os instintos humanos e, a lei contendo o exercício arbitrário das próprias razões nas pessoas que pretendem "fazer justiça" com as próprias mãos, sempre têm aquelas pessoas que atentam contra a vida social, transformando um relacionamento em um caso passional, de polícia. Paradoxalmente, quem assim age está querendo, com frequência, manter o status quo defendendo as relações de dominação que ainda existem na sociedade. 

O amor por ser amor é livre, irracional e naturalmente instintivo mas, libertador na sua essência mais nobre, Por isso, por vezes também, não respeita as regras e desconhece todas as convenções, limites e até os sexos. Quando o amor se torna patológico afeta os seres humanos e esse vai desafiar a sociedade, representando um perigo a sua própria ordem. Por natureza o amor é transgressor e, vez ou outra, desestrutura as relações a sua volta. Isso porque o que o move as rodas do amor é o desejo, uma necessidade que só pode ser aplacada com a tentativa de sua satisfação e, quando patológico, sempre aplacada no ápice do egoísmo humano.

Assim como tem uma força unificadora, o amor é também rapidamente abatido pela fragilidade ou ambivalência dos sentimentos humanos e quando isso ocorre com um dos parceiros, o outro sente que a união está se desfazendo e pode surgir um outro sentimento muito arrebatador fundamentado numa consciência de resgate, como se houvesse ocorrido uma posse esbulhada: numa ira "justificada" e "justa". E como tal, para se defender uma posse, o ser humano exercita um direito seu, um poder discricionário, inclusive usando-se da força, num ato primal, mas também cultural para defender a coisa... mas, não estamos falando de coisas, como bem entenderam!

UM PROBLEMA PATOLÓGICO.

O amor é um sentimento de ligação a algo ou alguém, intrínseco ao ser humano normal. Quando vinculado a uma pessoa, pode apresentar um caráter afetivo múltiplo, díspar e contrastante. A expressão francesa "amour-passion" que indica uma forma de emoção avassaladora que domina a personalidade de quem ama e assemelha-se a um estado psicótico delirante, em que um parceiro vê no outro a fonte única e absoluta de sua felicidade, auto-estima e da sua sobrevivência emocional, contrasta com o significado aristotélico no qual o amor de quem ama só quer o bem a quem se ama e não, simplesmente, apropriar-se do bem que está na coisa amada.

Das várias violências contra as mulheres, a que mais particulariza e denuncia a luta delas por seus direitos civis e de dignidade é a crescente taxa de assassinatos com características passionais, ditos crimes por amor. Eventualmente, o "locus" dessas violências domésticas "de pobres" perde essa dita exclusividade e ganha repercussão nacional na imprensa e na internet, quando está associada a uma figura influente da sociedade brasileira. Quando casos de amor assim, notórios, se transformam em tragédias, percebe-se que há ainda quem mate por amor!

As transformações que ocorrem no mundo contemporâneo no que diz respeito às relações homens-mulheres vieram do ideal de igualdade entre os sexos. As mulheres estão aprendendo a pronunciar a palavra NÃO. Isso criou uma situação inédita para muitos homens, ainda presos ao modelo de ideologia machista de dominação, posse e autoritarismo sobre as mulheres que esses dizem amar. A tônica ideológica amorosa do sexo forte é a que todo homem que é "homem de verdade" sabe o que é bom e necessário para a sua parceira e, renunciando, as mulheres precisariam aprender a serem mais submissas e a darem mais que receber.

Essa fórmula machista para a felicidade afetivo-sexual feminina tem, contudo, seu preço, seu ônus: nunca questionar, enfrentar, trocar ou rejeitar esse parceiro. Para homens com essas opiniões e atitudes, o não feminino desencadeia delírios de ciúme e erotomania (ilusão delirante de ser sempre amado) que enfraquecem e deformam a dimensão de seus egos, incapacitando-os "total e momentaneamente" para a mediação necessária entre os seus impulsos e a realidade objetiva e, alguns, como compensação, se acham no direito natural de perseguir ou matar suas parceiras.

Não podemos ignorar os ditames do inconsciente, mas esses não nos podem servir para absolver da responsabilidade dos atos cometidos por essas loucuras particulares. A pergunta é: como lidar juridicamente com a questão da responsabilidade penal na loucura "momentânea"? As consequências da inimputabilidade, mediante as medidas de segurança, associadas às loucuras transitórias dos crimes passionais recaem num sistema jurídico também machista que até muito pouco tempo, no direito penal, ainda se admitia e se considerava, absurdamente, termos de atenuação como: legítima defesa da honra ou tomado de forte emoção, dentre outros!

Certo é que em nome do amor não se tira a liberdade, se tortura, se bate ou se massacra alguém. Mata-se, sim, pela onipotência, egoísmo e impunidade jurídica no Brasil. Os crimes passionais, assim como são entendidos, desaparecerão quando desaparecer no homem a ideologia da supremacia do sexo forte, quando desaparecer a ideologia que força as mentes do nosso judiciário a se dobrarem aos desvios "latinos", de uma cultura machista e, por fim, quando a razão vencer aos condicionamentos históricos, não mais existindo espaço para se discutir o poder de vida ou de morte que alguns se atribuem.
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sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

PREFERÊNCIA SEXUAL... apenas uma diferença!



Em uma eleição passada, os candidatos a prefeito de Belo Horizonte estavam evidentemente desesperados quando foram indagados como viam a questão da homossexualidade. Com certeza, esqueceram-se de que os homossexuais representam parte expressiva do eleitorado. E revelaram, involuntariamente, o quanto de preconceito existe disseminado na sociedade, apesar de vir aumentando a tolerância social na aceitação da relação entre pessoas do mesmo sexo.

O homem tem capacidade de ser o único dos animais que pratica sexo não exclusivamente para fins de procriação. À medida que ele se desenvolve intelectualmente, o sexo torna-se cada vez mais um hábito cultural, no qual a procura do prazer adquire um valor vital. O crescimento da liberdade individual dá visibilidade, então, às pessoas que se distinguem das demais por desenvolverem um comportamento diferente.

Na visão discriminatória da sociedade, os homossexuais gostam de sexo entre iguais porque são portadores de uma doença física ou de uma deformação moral, de caráter. Mas, na verdade, são indivíduos que, ao elegerem o prazer homoerótico, expõem uma tendência que representa não só uma opção sexual, mas é determinada indiscutivelmente por fatores sociais, culturais, biológicos e pelos inerentes as suas personalidades.

UMA DIFERENÇA...


Lamentavelmente, muitas pessoas passam a vida intransigentes, sentido uma rejeição temerosa acerca de questões que não entendem ou, simplesmente, não querem entender. Outras necessitam de uma compreensão coerente sobre algo, para tentarem uma aproximação, uma distante aceitação ou transigência. A homossexualidade ou homoerotismo é uma diferença comportamental que "incomoda" e, por serem muitas as teorias, essa questão ainda busca por uma compreensão total. As teorias tentam explicar a etiologia da homossexualidade, mas nenhuma individualmente explica todos os casos. O que se nota é uma preocupação em descobrir a causa ou causas para se tentar insistentemente evitá-la, "curando-a" do meio social. Apesar das opiniões contrárias o que se pode afirmar sobre a homossexualidade é que ela é tão remota quanto a própria humanidade e que não se trata de uma perversão sexual, sem-vergonhice, tara e, principalmente, não é um desvio de conduta ou doença do corpo ou do caráter. A condição ou situação psico-afetiva-sexual de se ter uma tendência homossexual jamais é escolhida, acontece como um fato, assim como a hetero ou bissexualidade. Esse acontecimento é a resultante de vários fatores bio-psicossociais que acabam por determinar de forma diferenciada um tipo de conduta sexual em cada um de nós.


Desde a infância, "aprendemos" culturalmente que a única escolha afetiva-sexual possível e aceitável está na heterossexualidade. Porém, o sexo biológico de muitas pessoas pode não corresponder aos seus sentimentos de identidade sexual. Algumas pessoas, uma minoria, tornam incongruente esse determinante cultural quando se sentem impelidas a reagirem de forma singular e pessoal. Ocorre então, o "desvio" do ideal pela quebra de um acordo comum normativo criado pelo maior segmento social. A conduta homossexual é, tão somente, uma forma alternativa de expressão sexual. O amor entre as pessoas do mesmo sexo não é um comportamento que ameaçe ou ponha em risco as demais. São unicamente pessoas que devem ser tomadas em suas indivisíveis totalidades psicológicas, sociais e culturais que as levaram ao homoerotismo. Ser homossexual não significa deixar de ser mais ou menos gente, mais ou menos homem ou mulher. Estúpida e injusta é a reprovação que ocorre na homofobia coletiva (identificação hostil e temerosa ao homossexual) estabelecida e utilizada como defesa pela maioria heterossexual. Não são as coisas em si mesmas que nos perturbam mas, sim, a opinião desinformada que temos delas.


A maioria dos estereótipos culturais de nossa sociedade (machista) são pouco flexíveis e os que cercam o tema sexualidade são estagnados. Como é progressivo e irreversível o crescimento da população homossexual, assim como a construção cultural da sua identidade, fica estabelecido um impasse. Uma flexibilidade nos estereótipos ofereceria uma oportunidade de se atingir um grau de compreensão e postura diante do inevitável. Repito que a maioria da população homossexual não é emocionalmente instável ou promiscua como se julga, mas é, juntamente com a minoria que a escandaliza, marginalizada. Ser excluído por se ter qualquer diferença é o maior dos estigmas que alguém pode carregar, seja homo ou heterossexual.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PONTO "G", UM MITO! E OUTROS...



A sexualidade humana está cercada de mitos, crendices e desinformação. Nesses casos se situa o tão falado ponto G, que seria o local de máxima sensibilidade erótica feminina, o qual estaria localizado na parte anterior da vagina. Há pessoas que ainda acreditam nessa teoria de mais de duas décadas, que já rendeu e ainda rende muitas discussões e livros, mas que caiu por terra. O verdadeiro receptor e transmissor dos estímulos eróticos de todo o corpo feminino sempre será o do ponto "C", de clitóris!

Outro mito criado em torno da sexualidade feminina foi o da mulher ser capaz de "ejacular" no momento do orgasmo e que também rendeu muitas discussões e caiu por terra igualmente, como resultado de pesquisas que negaram essa tese. Não é possível ocorrer ejaculação feminina bem como, não existe o ponto G. Os resultados das pesquisas indicaram ser o tal ejaculado apenas urina residual o líquido expelido pela uretra, em algumas mulheres, quando experimentam as fortes contrações provenientes da musculatura pubococcigena (músculos que rodeiam a entrada da vagina e o colo da bexiga) no momento do orgasmo. O líquido expulso também apresentava, na sua composição, muco vaginal. 

O nome ponto G vem do autor de sua teoria, Ernest Grafenburg, que teve seu estudo analisado no livro The G. Stop, em 1983. O autor descreveu o ponto G como sendo uma saliência que podia ser apalpada, na parede anterior da vagina, a uma distância de 2,5cm a 5cm da abertura vaginal. Na fase de excitação, esse autor sugeria que o ponto G incharia e ficaria bem maior como o clitóris os lábios vaginais. A sua teoria ainda sugeria que o ponto G seria o equivalente feminino da próstata masculina. Um dos pontos que dificultaram a comprovação da teoria do ponto G foi a afirmação feita pelo autor de que ele só existiria em algumas mulheres. Contudo, a tal saliência, em algumas mulheres, nada mais é que a estrutura aprofundada do clitóris, continuação do corpo clitoridiano também ligada pelos mesmos nervos receptores de estímulos eróticos e a sua estrutura embrionária que em nada se assimilaria ao tecido encontrado na próstata masculina. 

Conhecer bem o próprio corpo e o do parceiro ou parceira é aconselhável em qualquer idade para se poder desfazer o efeito dos mitos sexuais que surgem. No caso da mulher, muitos são os mitos gerados em relação a falta de orgasmos e para muitos dos quais o ponto "C" deve ser relevado, visto que o orgasmo feminino é por via clitóris, não existindo também, como fato, o tão falado orgasmo vaginal. O clitóris é o verdadeiro receptor e transmissor de todos os estímulos eróticos da mulher e esse deve ser sempre procurado e estimulado, pois esse é o órgão específico feminino, único na sua concepção, para a mulher aprender a ter prazer com ela mesma por meio da prática masturbatória ou outros estímulos diretos que podem dar vazão às fantasias sexuais, tão importantes para o conhecimento e mudança de relação com o próprio corpo, além da vagina que como um todo também é sensível. 

Os homens também sofrem com muitos mitos que são aceitos como verdades. Tamanho do pênis, de serem eternos e infalíveis responsáveis pelo prazer das parceiras, em afrodisíacos que podem garantir as ereções, que a quantidade é mais importante e valorizada pelas mulheres que a qualidade das relações, dentre outros. Para todas as pessoas que sofrem com os mitos, crendices e com a desinformação sexual é aconselhável a busca de uma orientação sexual para a retomada e garantia de uma parte importante da vida que pode estar sendo comprometida: a sexualidade feliz!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

O MEDO DE DIRIGIR, DO TRÂNSITO E DO VEÍCULO.



Que o trânsito das grandes cidades causa medo, ninguém duvida. Mas daí a ter pânico diante do volante de um carro, já seria demais, certo? Errado. Esse fenômeno, caracterizado como uma fobia específica, não conta com estatísticas oficiais, mas vem chamando a atenção dos psicólogos e tem contado agora com tratamento especializado tamanha a sua amplitude. Sudorese, náuseas, taquicardia, vertigem ou tremores são alguns dos sintomas que normalmente acometem o indivíduo com fobia específica diante do volante no trânsito, sendo a defesa mais comum a fuga ou o adiamento de lidar com o objeto carro, nos exames de habilitação. A figura "intransigente e medonha" do examinador é também um aspecto imobilizante para muitas pessoas, que além do objeto temem também as circunstancias e pessoas envolvidas. 

Mas, com a abordagem da psicologia cognitiva-comportamental, é possível através de uma terapia breve eleger junto ao paciente defesas mais racionais e adaptativas que podem tornar o medo fóbico irracional algo mais conhecido, palpável e dimensionado e, portanto, mais fácil de ser combatido pela coerência e lógica e também pela dessensibilização fóbica, com o auxílio do transe hipnótico. A fobia específica de trânsito, canalizada para o veículo e/ou para o ato de dirigir, geralmente, mas nem sempre, tem como causa uma experiência desastrosa num carro envolvendo a pessoa ou outras pessoas significativas ou da família nas quais o veículo se transforma em um espaço fóbico, pois a pessoa teme que a experiência ruim aconteça novamente e esquivam-se de tocarem num volante. 

Lembro-me de uma paciente que foi casada por seis anos com um homem que dirigia de forma imprudente e agressiva o qual usava o veículo como um objeto de exteriorização das suas inseguranças pessoais. Nessa situação, minha paciente passou a ver o veículo como algo potencialmente inseguro e destrutivo. Ela chorava pedindo para descer do automóvel quando ele começava com as suas atitudes auto-afirmativas, que já serviam para sadicamente amedrontá-la. Ela tinha CNH, mas não conseguia dirigir quando adquiriu seu próprio veículo. Outra paciente relatou que começou a frequentar uma auto-escola e estava evoluindo bem no aprendizado, até que resolveu dar uma voltinha com o carro do marido num loteamento em construção. Ela estava de tamanco com salto e esse ficou preso entre o freio e a embreagem, largando o volante para soltar o tamanco com o carro em movimento, vindo o carro a subir no meio-fio e bater em um poste. Sentia-se nervosa ao estar diante do volante depois do acontecido. Tendo receios até mesmo no assento do passageiro, passando os trajetos a "pisar" num freio imaginário. 

Admito que acidentes com alguma violência são marcadamente traumatizantes, mesmo os que a mídia expõe e que causam comoção nacional. A morte do piloto Ayrton Senna certamente provocou temor de dirigir em muitas pessoas ou levou-as a repensar as questões de segurança atrás de um volante. Pessoas sensíveis, sugestionáveis ou com temores inconscientes da morte (presentes em todas as fobias) e que também devem ser abordados, podem ficar particularmente impressionadas quando outras pessoas próximas têm medo de carros ou se essas já se envolveram em acidentes.

Contudo, as várias outras causas de fobias específicas nem sempre são facilmente identificáveis. Às vezes, temos que vasculhar o histórico de vida do paciente para tentar detectar a origem do medo e dessensibilizar através da catarse emocional, positivando, neutralizando ou melhorando a relação do paciente com a vivência traumática paralelamente ao trabalho de ganho de confiança, reforço de ego e vivências gestálticas controladas e focadas no trânsito e no ato de dirigir, no transe hipnótico. Os pacientes com fobia de trânsito têm como medos mais comuns o tráfego intenso, o temor de cometer acidentes, de trafegar junto aos ônibus ou caminhões e, no caso das mulheres, de serem xingadas por cometerem falhas.

O tratamento requer atenção individual, visto que cada caso é um caso. Uma anamnese bem feita, com um relato detalhado da vida do paciente com respeitando aos aspectos familiares, sociais, afetivos, dentre outros é fundamental para tentar traçar o perfil psicológico de cada paciente, até se poder chegar a trabalhar os efeitos comportamentais que os quadros fóbicos desencadeiam. Na questão do trânsito é importante salientar que nenhum tratamento obterá êxito se a pessoa não dominar as técnicas do ato de dirigir, ou seja, trata-se a fobia sem ensinar a dirigir. 

Embora as fobias de trânsito normalmente surjam à partir de uma causa específica, também relacionada ao trânsito, as fobias em geral estão ligadas à ansiedade e a quadros depressivos e, num segundo momento, às neuroses decorrentes da ansiedade. Coerentemente, deve-se abordar todos os aspectos intrínsecos da conduta de cada paciente, dentro um processo terapêutico convencional.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

HIPNOTERAPIA



A hipnose nada mais é que um sono parcial, um estado entre a vigília e o sono. A técnica varia segundo o seu experimentador. A mais comum é a que utilizo através da fixação da atenção do paciente e uma estimulação geralmente verbal (fala sugestiva) que provoca o transe ou comunicação hipnótica. O transe é o resultado do uso da palavra (voz do hipnotizador) como um estímulo sonoro empregado de forma monótona, persistente, rítmica para facilitar a irradiação do processo excitatório-inibitório cortical.

Com a palavra se obtém numerosos efeitos tanto dirigidos ao mundo exterior do paciente, como ao seu próprio mundo interior. Assim, por exemplo, quando sugestiono o paciente sob hipnose a sentir a deformação da realidade provocando alucinações visuais, auditivas, gustativas, olfativas, etc., mostro-lhe que a realidade concreta tem, nesse momento, menor influência que a realidade que a palavra designa.

A hipnose é um estado psicológico normal, não obstante as alterações psicossomáticas que produz. Não costuma ter o caráter espetacular que popularmente se lhe atribui. Está cientificamente estabelecido que a diferença de comportamento do indivíduo acordado para o indivíduo hipnotizado é uma diferença quantitativa, não qualitativa. Portanto, uma diferença de grau, não de natureza. Sob o efeito do transe hipnótico, as peculiaridades da personalidade humana não se modificam em sua essência, mas apenas aumentam ou diminuem.


A hipnose tem inúmeras aplicações médicas, odontológicas, psicológicas, sexológicas, etc. Seu uso na psicologia se amplia inegãvel e progressivamente, diante das circunstâncias de cada época, pelas possibilidades que pode abranger: no combate ao stress, na regressão de idade, nas dissensibilizações para preparações cirúrgicas, no transtorno do pânico, nos diversos estados depressivos, ansiosos e fóbicos, nos problemas sexuais, na obesidade, no tabagismo, dentre outros.

Ocorre, atualmente, sua utilização mais adequada na medicina psicossomática, já que o compartimento das somatizações é o próprio e intrínseco lugar da hipnose. Contudo, ela será sempre uma forma auxiliar na abordagem terapêutica, porque ela funciona como um veículo para se fazer o acesso ao inconsciente do indivíduo, nunca sendo a terapia em si. Trata-se um paciente sob hipnose e não com a hipnose.


As intervenções hipnoterápicas sugeridas dependem do caso clínico de do seu ganho pretendido pelo paciente. Essas visam sempre a melhoria do seu estado geral, sua sensação de bem estar e equilibrio. Sendo possível num tratamento breve, com esse recurso por auxiliar, fazer psicoterapia ativa e, na maioria dos casos, mediante as hipno-sugestões obter-se remissão dos sintomas e alterações nas representações psíquicas (insighit) dos pacientes, num processo padronizado e seguro.

Informações Pessoais

ESPECIALIZAÇÃO:



  • Psicólogo clínico pela Faculdade de Ciências Humanas - FUMEC. Belo Horizonte - M.G. 1991.
  • Especialização em sexualidade humana pela Faculdade de Ciências Humanas - FUMEC. Belo Horizonte - M.G. 1995.
  • Terapeuta sexual pelo Centro de Sexologia de Brasília - CESEX. 1993.
  • Hipnoterapeuta.
  • Autor dos livros: * Manual Prático de Hipnose - Método Essencial Breve/1995/2009 (2a edição); *Terapia de Regressão de Idade - Consciente sem indução / 2009.

FORMAÇÃO ACADÊMICA:

Bacharel e licenciatura plena em Psicologia. 1991.
Bacharel em Direito. 2008.

ATUAÇÃO:

PSICOTERAPIA DO ADOLESCENTE E ADULTO

Tratamento das disfunções - patologias sexuais.
Hipnoterapia dos distúrbios da ansiedade: fobias/transtorno do pânico/transtorno obsessivo compulsivo. Depressão.
Hipnoanálise com regressão de idade.



AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DAS PATOLOGIAS SEXUAIS

  • Terapia Sexual
  • Terapia Conjugal
  • Orientação Sexual