quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

PONTO "G", UM MITO! E OUTROS...



A sexualidade humana está cercada de mitos, crendices e desinformação. Nesses casos se situa o tão falado ponto G, que seria o local de máxima sensibilidade erótica feminina, o qual estaria localizado na parte anterior da vagina. Há pessoas que ainda acreditam nessa teoria de mais de duas décadas, que já rendeu e ainda rende muitas discussões e livros, mas que caiu por terra. O verdadeiro receptor e transmissor dos estímulos eróticos de todo o corpo feminino sempre será o do ponto "C", de clitóris!

Outro mito criado em torno da sexualidade feminina foi o da mulher ser capaz de "ejacular" no momento do orgasmo e que também rendeu muitas discussões e caiu por terra igualmente, como resultado de pesquisas que negaram essa tese. Não é possível ocorrer ejaculação feminina bem como, não existe o ponto G. Os resultados das pesquisas indicaram ser o tal ejaculado apenas urina residual o líquido expelido pela uretra, em algumas mulheres, quando experimentam as fortes contrações provenientes da musculatura pubococcigena (músculos que rodeiam a entrada da vagina e o colo da bexiga) no momento do orgasmo. O líquido expulso também apresentava, na sua composição, muco vaginal. 

O nome ponto G vem do autor de sua teoria, Ernest Grafenburg, que teve seu estudo analisado no livro The G. Stop, em 1983. O autor descreveu o ponto G como sendo uma saliência que podia ser apalpada, na parede anterior da vagina, a uma distância de 2,5cm a 5cm da abertura vaginal. Na fase de excitação, esse autor sugeria que o ponto G incharia e ficaria bem maior como o clitóris os lábios vaginais. A sua teoria ainda sugeria que o ponto G seria o equivalente feminino da próstata masculina. Um dos pontos que dificultaram a comprovação da teoria do ponto G foi a afirmação feita pelo autor de que ele só existiria em algumas mulheres. Contudo, a tal saliência, em algumas mulheres, nada mais é que a estrutura aprofundada do clitóris, continuação do corpo clitoridiano também ligada pelos mesmos nervos receptores de estímulos eróticos e a sua estrutura embrionária que em nada se assimilaria ao tecido encontrado na próstata masculina. 

Conhecer bem o próprio corpo e o do parceiro ou parceira é aconselhável em qualquer idade para se poder desfazer o efeito dos mitos sexuais que surgem. No caso da mulher, muitos são os mitos gerados em relação a falta de orgasmos e para muitos dos quais o ponto "C" deve ser relevado, visto que o orgasmo feminino é por via clitóris, não existindo também, como fato, o tão falado orgasmo vaginal. O clitóris é o verdadeiro receptor e transmissor de todos os estímulos eróticos da mulher e esse deve ser sempre procurado e estimulado, pois esse é o órgão específico feminino, único na sua concepção, para a mulher aprender a ter prazer com ela mesma por meio da prática masturbatória ou outros estímulos diretos que podem dar vazão às fantasias sexuais, tão importantes para o conhecimento e mudança de relação com o próprio corpo, além da vagina que como um todo também é sensível. 

Os homens também sofrem com muitos mitos que são aceitos como verdades. Tamanho do pênis, de serem eternos e infalíveis responsáveis pelo prazer das parceiras, em afrodisíacos que podem garantir as ereções, que a quantidade é mais importante e valorizada pelas mulheres que a qualidade das relações, dentre outros. Para todas as pessoas que sofrem com os mitos, crendices e com a desinformação sexual é aconselhável a busca de uma orientação sexual para a retomada e garantia de uma parte importante da vida que pode estar sendo comprometida: a sexualidade feliz!

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